Com a saída do Reino Unido da UE são de esperar desafios para as PME portuguesas, em particular nas áreas da exportação de bens e do turismo. Oportunidades também poderão existir. 

Conheça o artigo da RAIZE

Os deputados britânicos votam hoje o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, a 29 de março de 2019. O resultado do processo ainda é incerto (e deverá continuar a sê-lo durante meses), devido à complexidade económica, política e social do “divórcio”. Neste artigo analisamos alguns dos principais impactos económicos que consideramos mais relevantes para as PME portuguesas. Em 2017, as exportações portuguesas para o Reino Unido ultrapassaram os 8 mil milhões de euros, sendo este atualmente o 4º mercado mais relevante para Portugal.

Principais impactos económicos:

Substituição dos fornecedores do Reino Unido, em particular os mais caros: A desvalorização cambial da Libra vai reduzir generalizadamente o poder de compra do comprador britânico. Esta redução vai levar a uma provável substituição dos fornecedores de bens e serviços que possuam estruturas de produção mais caras. Dada a natureza específica dos bens e serviços vendidos pelas PME portuguesas no Reino Unido – alguns serão relativamente baratos outros relativamente caros – as implicações desta tendência de substituição só serão conhecidas daqui a uns meses. Adicionalmente, no caso de serem levantadas barreiras/condicionalismos comerciais (ex. tarifas especiais), o impacto poderá ser ainda maior. Segundo o INE (que pode consultar aqui), 17% das empresas antecipam um impacto negativo nas suas exportações.

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Redução do fluxo de turismo oriundo do Reino Unido: Segundo dados do INE, mais de 20% dos turistas em Portugal são oriundos do Reino Unido. Apesar do aumento de procura na última década devido à instabilidade vivida nos países do Norte Africa e Mediterrâneo (que entretanto têm vindo a melhorar), a expectável quebra do poder de compra dos britânicos vai encarecer as suas viagens e estadias em Portugal. Este efeito terá um impacto negativo sobretudo nos setores ligados ao turismo e à restauração, e em particular nas regiões de Lisboa, Algarve e Madeira.

Deslocalização de pessoas, empresas e centros de decisão: Várias são as empresas, que neste momento de incerteza ponderam suspender os seus investimentos no Reino Unido e deslocalizar os seus recursos humanos e operações para outros países da Europa. Esta vaga de mudança pode ajudar a atrair novas empresas e investimentos para Portugal. De acordo com os dados da consultora EY, Portugal apresenta-se hoje como um dos países mais atrativos da União Europeia para investir no curto-prazo.

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Fonte: RAIZE