O ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu que a diáspora portuguesa constitui “um caso de estudo” na Europa, dada a facilidade de integração dos emigrantes nos países de acolhimento, sem perderem as ligações a Portugal.

Na abertura do quinto encontro anual do Conselho da Diáspora Portuguesa, que se realizou no passado dia 20, em Cascais, Augusto Santos Silva sublinhou que “A diáspora portuguesa na Europa deve constituir e já constitui em muitos círculos um caso de estudo, porque não temos nenhuma notícia de problemas de integração significativos de comunidades portuguesas nos países europeus. Não há nenhuma notícia de um problema causado por inadaptação de portugueses, seja no Luxemburgo, no Reino Unido, em França, na Alemanha, na Suíça”.

Ao mesmo tempo que se integram com facilidade, os portugueses na Diáspora mantêm a sua ligação a Portugal e à cultura portuguesa, referiu o ministro, que é vice-presidente honorário do Conselho da Diáspora Portuguesa.

“Pensar a economia no nosso planeta”

O presidente do Conselho da Diáspora, Filipe Botton, que realiza o sétimo encontro em Cascais, com o tema “Pensar a economia no nosso planeta”, disse que Portugal tem mais-valias e deve afirmar-se na cadeia global da retenção de carbono.

“Achamos que temos de preparar o futuro e devemos preparar os nossos jovens para enfrentarem este tema”, afirmou.

“Este é o nosso sétimo encontro, e como tem sido nosso apanágio, tentamos trazer visões dos nossos conselheiros, embaixadores informais de Portugal, que fazem parte do Conselho da Diáspora, sobre temas que sejam relevantes para Portugal”, recordou.

“Pensámos no ‘repensar a economia’, porque de facto, tem tudo a ver com o que se está a passar no mundo”, sublinhou Filipe de Botton.

Portugueses na Diáspora que gerem biliões reuniram-se em Portugal

Há centenas de portugueses espalhados pelo mundo que lideram operações que representam biliões de euros. Estão em sectores como a alta finança, grandes empresas e campos de futebol. Dezenas de elementos do Conselho da Diáspora Portuguesa reuniram-se em Cascais na passada sexta-feira.

Com vendas anuais superiores a cinco mil milhões de euros, o segundo maior retalhista em África, Pick’n Pay Retail, é liderado pelo português Pedro Pereira da Silva.

Com sede em Londres, o Lloyds Bank com receitas anuais de 26 mil milhões de euros, também é liderado por um português: António Horta Osório.

A operação europeia, do quarto maior banco do mundo, o HSBC, avaliado em 2,3 mil milhões de euros, é igualmente liderada pelo português, António Simões.

É também um português, David Simas, que dirige a Fundação Obama que angaria mais de 200 milhões de euros por ano. Depois há a portuguesa, Inês Caldeira, a executiva que dirige a operação da L’Oréal na Tailândia, uma empresa com um rendimento anual de 40 mil milhões de euros.

Estes são apenas alguns exemplos dos quadros portugueses que lideram algumas das maiores empresas e organizações do planeta, gerindo biliões de euros.

Cerca de 60 executivos da diáspora reuniram-se em Cascais, no Conselho da Diáspora que se realizou na passada sexta-feira, dia 20.

Conselho da Diáspora quer ajudar a desenvolver Portugal

O Conselho da Diáspora é uma organização criada para que “portugueses com percursos profissionais extraordinários, ansiosos por ajudar Portugal tenham uma estrutura onde o possam fazer”, explica Filipe de Botton, fundador e presidente da Direção do Conselho da Diáspora Portuguesa.

Pretende-se “reaproximar os portugueses de influência que estão fora de Portugal”.

Os conselheiros “funcionam como uma rede de magistratura de influência, fazendo pontes entre Portugal e os países onde estão”, refere Paulo Esteves Veríssimo, que dirige um laboratório de investigação na área da informática na Universidade do Luxemburgo.

“O Conselho da Diáspora pode ajudar Portugal a afirmar-se no mundo. Os conselheiros nos países em que residem conseguem ter uma visão mais global”, afirma Rita de Sousa Coutinho. A gestora da Walmart na China afirma que “não são governantes, nem políticos, mas convivem no dia a dia com a sociedade dos países em que estão a residir, desenvolvem negócios, fomentam trocas e partilham experiências que podem ser muito válidas e relevantes para Portugal”.