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No dia em que Marcelo Rebelo de Sousa anuncia a data das eleições presidenciais, o movimento de emigrantes “Também somos portugueses”, pede a alteração urgente das leis eleitorais para que possam votar por correio.

O voto postal já foi usado nas últimas eleições legislativas, mas não está previsto para a escolha do Presidente da República: os emigrantes têm de se deslocar presencialmente aos consulados para votar.

Paulo Costa, do movimento “Também somos portugueses”, lembra que em plena pandemia de Covid-19 é ainda mais urgente permitir o voto postal.

“Votar presencialmente já é mau normalmente, em cenário de pandemia não faz sentido nenhum”, defende. “Em muitos lugares não é possível uma pessoa deslocar-se. Há confinamentos nesta altura e nada nos garante que na altura das eleições presidenciais não haja confinamentos outra vez”.

O movimento de emigrantes portugueses já escreveu aos grupos parlamentares, à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e também à Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.

Os representantes do movimento vão ser recebidos ainda esta semana pelo PSD e na próxima semana têm encontro marcado com o PCP.

A dois meses das eleições presidenciais, Paulo Costa acredita que ainda há tempo de mudar a lei para não deixar de fora mais de um milhão de portugueses que vivem no estrangeiro.

“Assembleia da República deviam ter consideração por esses portugueses todos e dar-lhes os meios de poder votar (…) É uma questão de quererem.”

Paulo Costa nota que o PSD sempre foi favorável a alargar o voto por correio às eleições presidenciais, portanto bastaria o PS “dar um sinal ao ministério da Administração interna em relação a isso”.