Alexandra da Silva, uma jovem estudante portuguesa de Direito na Universidade de Londres, reabriu um processo judicial e conseguiu ajudar uma compatriota de 69 anos a receber indemnização de 200 mil euros

Alexandra da Silva conheceu a sua representada Ângela Baptista num restaurante afeto ao Futebol Clube do Porto em Londres, ponto de encontro para muitas pessoas da comunidade lusófona residentes nesse território. Após ter ficado a par da situação, Alexandra passou a intervir no processo, não como advogada (pois ainda não pertence à respetiva ordem profissional) mas como “litigation friend” ou, traduzindo para português, “amigo de litígio”, uma figura que não existe em Portugal.

O caso resume-se da seguinte forma: Foi atribuída à “constituinte” de Alexandra da Silva, em 2013, uma indemnização no valor de 170 mil libras (cerca de 200 mil euros). Mas a Ângela Baptista nunca pôde fazer uso de tal quantia por ter sido declarada mentalmente incapaz pelos representantes legais, uma empresa de advocacia, até há uma semana tutelar da verba.

Alexandra da Silva foi a responsável por reabrir o processo. Por força dos requerimentos e provas  por si apresentadas, foram encetadas diversas diligências. O tribunal enviou uma perita para avaliar o estado clínico de Ângela Baptista, assim como para entrevistar e perceber quem era aquela jovem que acompanhava a sexagenária em todo o processo. Finalmente, a especialista concluiu ser desnecessário que os advogados se mantivessem na posse do dinheiro, por considerar que a senhora estava mentalmente bem e capaz de administrar os seus bens. A decisão judicial foi então proferida neste sentido

Responsável por reabrir o processo, conduzindo-o até ao desfecho favorável, Alexandra foi Grande e esteve à altura das circunstâncias.