Nos últimos dias têm chegado imensos pedidos de informação aos consulados Londres e Manchester sobre o que pode acontecer à comunidade portuguesa caso o Reino Unido saia da UE. As respostas, no campo das hipóteses, têm sido que haverá um período de negociação caso a saída se verifique, mas recomenda-se aos portugueses que peçam o cartão de residente permanente caso vivam há mais de cinco anos no país.

O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, refere que estes conselhos estão a ser dados à comunidade portuguesa com cautelas, mas com consciência que uma possível saída poderá ter um grave impacto no projecto europeu e um “impacto negativo muito grave” nos portugueses que escolheram o país como destino de vida e de trabalho. O secretário de Estado reconhece que muitos portugueses não estão inscritos nem nos serviços consulares nem nos serviços do Estado britânico e que, assim, não há número certo de quantos portugueses vivem no Reino Unido, estimando-se que haja quase 500 mil portugueses.

O secretário de Estado está particularmente preocupado com os portugueses que vivem no Reino Unido e não cumprem as condições mínimas requeridas aos imigrantes fora da União Europeia quando pedem um visto de trabalho. É uma situação em que podem encontrar-se os imigrantes de países da UE caso o Brexit vença o referendo. Estes mínimos são ganhar anualmente 20.800 libras (cerca de 26 mil euros) e ter formação superior. Dos portugueses registados na segurança social britânica, cerca de um terço não cumpre estes mínimos. Trata-se de uma parte significativa da comunidade portuguesa que tem baixas qualificações e há um risco efectivo de degradação dos portugueses no Reino Unido, caso o país saia da União Europeia. Aos portugueses que já vivem há mais de cinco anos no Reino Unido, os consulados estão a pedir que, por precaução, requisitem o seu cartão de residência permanente, o que lhes assegurará um conjunto de direitos neste país.

Os consulados de Londres e Manchester estimam que haja mais de 500 mil portugueses a viver no Reino Unido, mas apenas 234 mil estão inscritos na Segurança Social britânica. Estes organismos  estão a desenvolver campanhas de sensibilização para que todos os Portugueses que residem em solo Britânico possam estar cientes das suas responsabilidades.

Os Consulados de Londres e de Manchester irão ser dotados de mais meios  humanos. Trata-se de um reforço que segue a estratégia do Governo de aumentar o número de funcionários nos principais consulados nos próximos tempos. Registou-se já uma evolução para a comunidade portuguesa em Paris – a maior comunidade da Diáspora Portuguesa no mundo – com a abertura do primeiro Espaço do Cidadão que visa prestar mais de 50 serviços aos emigrantes da região.

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