O Futebol é nossa paixão desde o momento em que estamos na barriga da nossa mãe, sentindo a vibração, emoção e contagio por ela vivida.

Sensação essa transferida pelo cordão umbilical, que nos une à progenitora, alimentando-nos de algo que será nutrido pelo resto da vida e propende-se ao crescimento com os anos.

Fascínio que nos leva a esperar os pais chegar do trabalho para batermos uma bolinha, apesar de momentos antes termos jogado na escola com amigos. Há quem seja mais audacioso, que não satisfeito em conversar pela manhã sobre sua equipa de coração e pela tarde praticado no colégio, resolve entrar num clube para treinar, diversas vezes apoiados pelos pais.

Os nossos personagens foram crianças, jogaram descalços na rua e sonharam em tornar-se atletas de futebol. Hoje são os melhores do mundo e todos possuem a mesma nacionalidade: Portuguesa.

Jordan Santos, Ricardinho e Cristiano Ronaldo, são os “donos” do ranking atualmente, conquistando prémios individuais e coletivos pelas suas equipas e Seleção, tornando Portugal respeitado pelo mundo fora. Onde passam arrastam multidões, possuem milhares de seguidores nas redes sociais e diversos patrocinadores, transformando-se em referência para os jovens e apaixonados por este desporto.

Jordan Santos, o “Canhota de Ouro”

Jordan Santos, 28 anos, nascido no Canadá, veio para Portugal pata habitar na Nazaré, com apenas 3 meses de idade. Atleta do Sporting de Braga, superou o italiano Gabriele Gori e o brasileiro Rodrigo, resultando no segundo jogador português a alcançar o prémio de melhor jogador do mundo de futebol de praia, na Gala Beach Soccer Stars 2019, que decorreu no Dubai.

Madjer foi o primeiro a conquistar o prémio The Best em 2015 e 2016

“Quero dar os parabéns ao Gori e ao Rodrigo pela caminhada e trabalho que têm desenvolvido. Se este prémio vos tivesse sido entregue, seria igualmente justo. Agradeço também à organização desta gala. É um momento marcante para a vida de atletas, treinadores e apaixonados da modalidade”, afirmou Jordan Santos durante a entrega do troféu.

“Quero agradecer à equipa técnica e aos meus colegas da seleção nacional, assim como ao SC Braga, que é a melhor equipa de futebol de praia do mundo. Só é possível ganhar estes prémios jogando ao lado de grandes jogadores. Agradeço à minha família, à minha mulher, e ainda ao presidente da CM Nazaré, que está aqui presente e que muito tem feito pelo futebol de praia”.

“Canhota de ouro”, alcunha essa concebida pelos colegas de equipa, revelou ao Maisfutebol, que ainda criança sonhava atuar no futebol 11, inclusive aos 12/13 anos, passou pelo centro de estágios do Boa Vista, retornando para casa com saudades dos pais. Para continuar lutando pela aspiração, ingressou no Sport Lisboa e Marinha, da Marinha Grande (Leiria), para estar próxima de casa.

«Antigamente, se aos 16/17 anos não tivéssemos dado o salto, acabávamos por desanimar porque pensávamos que já não iríamos conseguir. E foi o que me aconteceu a mim. Fiquei um bocado desiludido com o futebol de onze e foi quando me apareceu o futebol de praia como mais do que um hobby», explica.

Em 2009, aos 17 anos, recebeu um convide do Sotão para treinar no futebol de praia. Neste mesmo ano as coisas foram favoráveis conquistando o campeonato nacional e foi selecionado para um estágio na Seleção Nacional.

O ala observa uma notória evolução do esporte em Portugal. “A Federação Portuguesa de futebol tem feito um bom trabalho, tem alargado as competições. Antigamente o campeonato nacional era uma ou duas semanas no verão, as equipas juntavam-se em Matosinhos e pronto”, exalta ao Maisfutebol.

Ricardinho, “O Mágico”

Ricardo Filipe da Silva Duarte Braga, conhecido popularmente como Ricardinho, foi considerado Melhor do Mundo no futsal por 6 vezes, cinco de maneiras consecutivas (2010, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018), superando o brasileiro Falcão, premiado pela FIFA com 4 troféus (2004, 2008, 2011, 2018).

Nascido em Gondomar, distrito do Porto, possui 34 títulos, divididos em 29 campeonatos nacionais e 5 internacionais, entre eles: Nacional português, espanhol, japonês, UEFA Champions League e Euro pela Seleção portuguesa.

De origem simples, nunca escolheu o caminho da criminalidade para ter uma acessão social, diferente do irmão mais velho que ficou preso por nove anos devido a furto e tráfico de drogas. Causa na qual entristece o astro do futebol não apenas por ter uma das pessoas que tem como referência atrás das grades, mas por não tê-lo abraçado nas maiores conquistas futebolísticas alcançadas, além do sofrimento que fez os pais viverem, dado que não era uma família afortunada, entretanto os ensinaram o caminho a trilhar.

Apelidado de “O Mágico”, por causa dos truques e malabarismo que realiza, encantando os adeptos diz-se feliz por ter conseguido passar essa magia para os pés e para o futebol. Atuando durante sete anos pelo Inter Movistar, equipa de Espanha, aos 35 anos resolveu buscar novos desafios e assinou com ACSS Paris Asnieres, clube de França, que passará a representar a partir de julho.

“É um desafio diferente. Um projeto do qual já me tinham falado há dois anos. Vamos montar um projeto fantástico para lutar por troféus”, disse Ricardinho em declarações canal 11.

Quando criança, passou por um momento triste e complicado, que foi ter sua casa destruída por um incêndio, deixando-o apenas com a roupa que vestia. “Foi a primeira vez que vi o que é não ter nada. Perdemos tudo, mas ganhámos uma vida”, recorda. Inscreveu-se no clube de futebol Estrelas de Fânzeres e lá jogou dois anos, até se mudar para o Futebol Clube Cerco do Porto, onde permaneceu outros dois.

Com 1,67 m, esteve duas vezes próximo de atuar no futebol 11, aos 13 e 22 anos. Ao final de uma das épocas, António Frasco, treinador adjunto do Futebol Clube do Porto viu-o e perguntou-lhe se queria fazer os testes, no ano seguinte. Como qualquer criança, ficou empolgado com a chance e logo se imaginou a atuar numa grande equipa.

Quando lá chegou, o treinador havia mudado e disseram-lhe que o futebol era para gente mais alta. Triste e desiludido, ficou um ano sem pegar numa bola, fazendo uma espécie de luto. A segunda oportunidade foi quando Fernando Santos, o atual selecionador nacional de futebol, também viu em Ricardinho os dotes de rapidez e destreza que o caracterizam dentro do campo. Quando era treinador do Benfica convidou-o para uma pré-época dos Encarnados, quase à porta fechada, para testar a sua adaptação. Mas uma notícia vinda a público antes de tempo, anulou o acordo.

Pensando no futuro e bem-estar dos jovens, abriu a Academia de Futsal em Valbom, há mais de uma década, onde saíram jogadores para a equipa de Futebol 11 do Porto e Braga. Com o colega de equipa Ortiz Jiménez (o segundo melhor futsalista do mundo e capitão da seleção espanhola), tem um projeto para ensinar aos mais jovens (dos 4 aos 14 anos) os primeiros passos do futsal, “para lhes tirar os vícios do futebol de 11”. O atleta também lançou dois livros; “Ricardinho – Magia nos pés” (2007) e “A Magia Acontece Onde há Dedicação” (2018)

Cristiano Ronaldo, a referência

Sporting Clube de Portugal, Manchester United, Real Madrid, Juventus e Seleção Portuguesa… Quando citamos essa sequência, o que vem à cabeça? Se você pensou em Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, também conhecido como Cristiano Ronaldo ou CR7, acertou.

O jogador que nasceu em Funchal, Ilha da Madeira, no dia 05 de fevereiro de 1985, filho da dona Maria Dolores dos Santos Aveiro e do srº José Diniz Pereira Aveiro, premiado cinco vezes com o Ballon d’Or: 2008, 2013, 2014, 2016, 2017. Também venceu o prêmio Bota de Ouro da UEFA em um total de quatro vezes. Ganhou três vezes o prêmio de Melhor Jogador da UEFA na Europa[19] e uma vez o prêmio de Melhor Jogador de Clubes da UEFA.

Referência para crianças, adolescentes e adultos, principalmente pela paixão, obsessão e respeito a sua profissão, alcançou a marca de maior influencer digital no Instagram, sem contar as inúmeras Instituições de Caridades que o craque ajuda.

Amado por uns e odiado por outros, fato é que CR7 ficará marcado na história tanto por sua “rivalidade” com o fora de série Lionel Messi, como pelo povo português por conquistar o único e mais importante título da seleção, Campeonato Europeu de 2016.

Conquistou inúmeros recordes como em 2015 contra o Malmo quando tornou-se o maior artilheiro da história do Real Madrid ao marcar seu 324º golo, superando o ídolo merengue, Raúl Gonzáles. Maior goleador da seleção após a goleada de 5-1 contra Camarões, quando marcou dois golos e superou Pedro Pauleta.

Atualmente é o sexto maior artilheiro de todos os tempos, contabilizando apenas jogos oficiais por clubes e seleção. Na sua frente estão apenas Gerd Müller, Puskás, PeléRomário e o primeiro colocado: Josef Bican.

Em entrevista para o canal britânico “ITV”, o astro deixou de lado sua postura dura dos relvados e derramou muitas lágrimas ao ver imagens inéditas de seu pai, José Dinis Aveiro, que faleceu em 2005, por causa do alcoolismo.

“Nunca havia visto esse vídeo, nunca havia visto. Inacreditável. Eu achei que seria uma entrevista divertida, não esperava chorar. Desculpa. Eu preciso ter essas imagens para mostrar para a minha família”, disse o jogador após começar a chorar.

CR7 tinha 20 anos quando o pai morreu de insuficiência hepática, devido ao alcoolismo. José acabou por perder as grandes conquistas do filho durante a sua carreira, como as cinco Bolas de Ouro de melhor jogador, as cinco Champions League, Mundiais e até a conquista da Eurocopa de 2016.

“Eu realmente não conheço 100% do meu pai. Ele era uma pessoa alcoólatra. Eu nunca falei com ele numa conversa normal. Era difícil. Ele nunca viu como eu me tornei bom. Nunca, nunca”, revelou o atacante, de 34 anos.

Vale ressaltar que o contrato do jogador com a Juventus é valido até 2022.