Quando:
17 de Novembro, 2016@22:18_23:18
2016-11-17T22:18:00+00:00
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Conferência por Paulo Teodoro de Matos: A construção dos Estados esteve sempre ligada ao conhecimento e ao controlo sobre as populações. Desde a segunda metade do século XVIII a estatística da população foi um instrumento de estruturação e consolidação do colonialismo moderno português. Neste quadro, as estatísticas demográficas foram um poderoso instrumento para contar e controlar as populações e para exercer e reforçar a soberania.
Em 1776 a Coroa decretou a execução obrigatória de “mapas de população” para todas as suas possessões. A partir de um modelo estabelecido cada governador deveria enviar anualmente o mapa estatístico da sua área de jurisdição. Só no Arquivo Histórico Ultramarino subsiste mais de um milhar de tabelas estatísticas da população estendendo-se desde o Brasil até Macau em conformidade com as ordens régias.
Este corpo documental abre importantes horizontes para a história demográfica, social e colonial, embora tenha sido relativamente ignorado por historiadores e demógrafos.  Esta conferência enfatiza os distintos aspectos das fontes, os dados e seu potencial, e traça uma agenda de investigação. Nesta ocasião será lançado o website do projecto Counting Colonial Populations. The Demography and the use of statistics in the Portuguese Empire, 1776-1875.

Paulo Teodoro de Matos
é licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa e Doutorado em Demografia Histórica pela Universidade do Minho. É Investigador Principal da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (Centro de História de Aquém e de Além-Mar – Programa Investigador FCT 2013) e Professor Auxiliar Convidado da Universidade Católica Portuguesa. Tem desenvolvido investigação na área da Demografia Histórica e História Social e da Família de Portugal e seus territórios ultramarinos nos séculos XVIII e XIX. É investigador responsável do projecto Counting Colonial Populations. Demography and the use of statistics in the Portuguese empire, 1776-1875, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e Coordenador executivo do Mestrado em História do Império Português (FCSH-UNL).