“A Diáspora tem um potencial muito significativo para impulsionar o desenvolvimento económico de Portugal” destaca Paulo Cafôfo, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas
O 1º Encontro da Diáspora Lourinhanense, decorreu durante esta manhã, em dois formatos, presencial e online, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, na Lourinhã.
Esta sessão teve por objetivo aproximar a autarquia e outros parceiros à Diáspora, a divulgação e a dinamização das potencialidades económicas do concelho, bem como a promoção do desenvolvimento local, com vista a potenciar a resposta a objetivos e necessidades do território, nomeadamente no que concerne ao empreendedorismo e à criação de postos de trabalho.
A sessão de abertura foi realizada pelo Vice-Presidente da Câmara Municipal da Lourinhã, José Tomé, pela Presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços Suíça-Portugal, Marina Prévost-Murier, e pelo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo.
José Tomé, destacou o papel da diáspora lourinhanense no mundo e também a presença de lourinhanenses em cargos políticos, o que significa “uma aceitação dos nossos no mundo”, sendo que, “os emigrantes são os embaixadores culturais e económicos da diáspora”.
Durante a sua intervenção, o vice-presidente do município da Lourinhã destacou ainda que este encontro “é um indicador de que este convívio e esta partilha além fronteiras é enriquecedor para todos” , e uma das coisas que fez o município avançar com este evento foi a criação há quatro anos do Gabinete de Apoio ao Emigrante que, segundo ele, “tem como objetivo a divulgação das potencialidades económicas da Lourinhã e a sua disponibilidade para acolher e agilizar projetos de investimento e desenvolvimentos locais”.
Já o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo realçou “o impacto que o investimento da diáspora tem nas regiões fora dos grandes centros urbanos, em regiões de baixa densidade, em concelhos com diáspora significativa e onde esses investimentos mais fazem a diferença”.
Paulo Cafôfo destacou ainda durante a sua intervenção, “o trabalho em rede com as autarquias, fundamental e indispensável, com o poder local e com outros organismos públicos”, um trabalho como afirmou “articulado com políticas integradas, que contribuem para a atração de investimento da diáspora e para a valorização dos territórios, promovendo também a coesão territorial”.
O 1º Encontro da Diáspora Lourinhanense foi preenchido por três painéis distintos. No primeiro painel fez-se uma apresentação do território sob o mote “valorizar o património natural e cultural da Lourinhã”, tendo como orador, Miguel Reis Silva, Coordenador Executivo do Aspiring Geoparque do Oeste. Miguel Reis Silva apresentou os fatores diferenciadores do Geoparque, destacando a Lourinhã como um território geoeducativo, sendo que por isso, vai ser o próximo geoparque reconhecido, mundialmente, pela UNESCO.
No segundo painel do encontro, realizou-se uma apresentação do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID), com Cristina Coelho, Coordenadora do Gabinete de Apoio ao Investidor da Diáspora (GAID). A oradora destacou que é “missão do PNAID aproximar Portugal da Diáspora, e que com este encontro surge a oportunidade da Lourinhã se aproximar da sua Diáspora através do acordo comercial com o Canadá”. Sublinhou ainda que existem “comunidades bastante empreendedoras, porque é necessária uma grande coragem para investir fora do país de origem”.
Através do PNAID, o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, durante a sessão de abertura afirmou que “o Governo nos últimos 3 anos atribuiu mais de 260 estatutos de investimento da diáspora, e apoia mais de 180 projetos enquadrados neste programa, sendo que isso significa 153 mil milhões de euros em Portugal, sobretudo no interior do país”.
Cristina Coelho, apresentou os apoios e incentivos ao investimento, através do Programa Regressar, que segundo a coordenadora se destina “às pessoas que regressam a Portugal, e que estiveram emigradas durante 3 ou mais anos”, este programa, segundo o seu site “envolve todas as áreas governativas e inclui medidas concretas como um regime fiscal mais favorável para quem regressa, um apoio financeiro para os emigrantes ou familiares de emigrantes que venham trabalhar para Portugal e uma linha de crédito para apoiar o investimento empresarial e a criação de novos negócios em território nacional, entre outras”.
Cristina Coelho falou ainda de como obter o estatuto de investidor da diáspora através da Rede de Apoio ao investidor da Diáspora (RAID) e que o processo será agora facilitado pela plataforma Simplex lançada pelo Governo.
A intervenção da Coordenadora terminou com o lançamento da II edição do Encontro PNAID em Viana do Castelo, de 14 a 16 de dezembro, destacando que “o enfoque desta edição estará na economia azul, nas energias renováveis e na transição digital”.
O painel final foi dedicado à partilha de testemunhos, experiências e oportunidades da Diáspora, o moderador deste painel foi o chefe de redação do Alvorada, Paulo Ribeiros, e teve como oradores, Hélia Nunes, empresária, esteve emigrada na Alemanha durante 8 anos, tendo regressado à Lourinhã há um ano onde abriu um restaurante, Dinis Silva, que nasceu na Alemanha, e aos 21 anos regressa a Portugal para iniciar a sua atividade empresarial, e David Batista, nascido na Bélgica, que regressou a Portugal aos 32 anos.
Fontes: Site Programa Regressar; Intervenções do Encontro