A revista Diáspora Lusa entrevistou António Calçada de Sá, Presidente do Conselho de Diáspora Portuguesa, uma entidade que tem como propósito “estreitar as relações entre Portugal e a sua diáspora, portugueses e luso-descendentes (residentes fora do país há mais de três anos), para que estes através do seu mérito e influência contribuam para a afirmação universal dos valores e cultura portuguesas, bem como para a elevação e reforço permanente da reputação do nosso país”.
O presidente da República de Portugal é o presidente Honorário do Conselho da Diáspora Portuguesa e o ministro dos Negócios Estrangeiros é o vice presidente Honorário. Procurámos saber que ações estão a ser desenvolvidas e em que estado está a evolução e consolidação do grupo.
O Conselho da Diáspora Portuguesa é uma associação sem fins lucrativos, constituída a 26 de dezembro de 2012 com o Alto Patrocínio do presidente da República de Portugal. Passados estes anos, que balanço faz e quais os objetivos principais neste seu mandato?
Primeiro, agradeço muito a oportunidade desta entrevista e dizer-lhe que o Conselho da Diáspora, ao longo destes anos, evoluiu muito.
Na altura, fomos 22 membros fundadores. Iniciámos as atividades com algumas iniciativas, com alguns eventos, que basicamente teríamos, enfim, uma ou duas reuniões importantes por ano, tivemos o conhecido encontro anual, que sempre aconteceu, no mês de dezembro, com alguma reunião interna, aproveitando esses dados e também a presença em Portugal na altura dos conselheiros. Portanto, éramos 22 assim quando começámos. As coisas foram evoluindo, e, de 22, passamos a 30, 40, enfim, 50. Nós, em 2020, 2021, estávamos à volta dos 75, 80 conselheiros e, neste momento, somos 227 conselheiros que representam 35 países e cinco continentes.
Pode falar-nos sobre as principais iniciativas e projetos que o Conselho de Diáspora Portuguesa está a desenvolver atualmente? Quais são os objetivos e impactos esperados desses projetos?
Lançou-se uma iniciativa muito interessante que foi o Euro-África, num formato e numa versão muito diferente, e as coisas continuaram a evoluir.
Nos últimos tempos, a verdade é que nós mudamos um bocado a estratégia. Portanto, temos uma estratégia com grande sentido de missão e com muita ambição.
Como o Conselho de Diáspora Portuguesa está organizado internamente para gerenciar as suas atividades e projetos? Quais são os papéis da direção, do conselho consultivo e da equipa executiva na condução das operações?
Temos uma boa organização, com a flexibilidade, motivação e energias necessárias. Em primeiro lugar, temos uma direção com pessoas com grande capacidade de entrega e com uma grande vocação de serviço, e, portanto, isto era impossível ser uma obra para um homem só, por essa razão, temos uma direção potente. À volta da direção existe um conselho consultivo com alguns patrocinadores que nos têm ajudado, até também sob o ponto de vista financeiro, de uma maneira importante. Temos uma equipa executiva que está a crescer.
Organizamos os núcleos regionais da diáspora, que, neste momento, é composto por nove núcleos regionais da diáspora, com dois responsáveis, que é o Pedro Pereira da Silva por um lado e o Paulo Morgado por outro, e, ainda temos as macrorregiões, uma é Europa e Ásia e a outra é África e Américas.
Através disso, estamos a tentar integrar todas as ideias de todos os conselheiros da rede, de maneira a que essas ideias possam finalmente ser projetadas e que sejam projetos de impacto, ou bons, tendo em conta que estão numa dinâmica de investimento em Portugal ou estão a auxiliar as empresas portuguesas num processo de internacionalização.
Ou porque são iniciativas no campo das ciências, da academia, na medicina, na saúde, etc., ou no ensino, na cultura, por exemplo. Por essa razão, estes são os núcleos regionais da diáspora.
O Conselho da Diáspora Portuguesa procura tornar-se numa diáspora inclusiva, estabelecendo parcerias com diversas instituições. Como essas parcerias têm contribuído para os objetivos da organização e como vêesse papel no contexto global?
Temos uma plataforma para ensino do Português no mundo, que é a plataforma “Ponto PT”. É uma plataforma, enfim, na rede e que vai estar no nosso site e que é também, abrangente, interessante. Depois, temos duas grandes iniciativas, uma que já é o “Euro Africa Forum”, que, praticamente, tem quase perfil de cimeira.
Porque, na última edição, foram oito ministros, quatro deles africanos e outros quatro portugueses. Dois chefes de Estado do Gana e de Portugal, 500 pessoas nos dois dias e com uma cobertura mediática importante e a presença de grandes empresários, que ocorreu no ano passado nos dias 17 e 18 de julho.
Em 2024, vamos lançar o “Euro Américas” juntamente a “Diáspora Jovem”, precisamos de ter o talento português que está espalhado pelo mundo.
Temos também na nossa missão algo que considero muito interessante, que torne esta diáspora também inclusiva, ou seja, nós temos parcerias com tudo que são as grandes instituições que representam o interesse da nossa Diáspora no mundo.