Pode não ser a gastronomia, a poesia de Fernando Pessoa e o rio da paixão dele, o Tejo, tampouco o fado ou o fascínio pelas compras. Pode ser apenas o desejo de fazer um investimento mais rentável e seguro, comprando um imóvel, ou simplesmente estar com os dois pés no continente europeu, mas a verdade é que Portugal nunca esteve tão próximo dos brasileiros.
Transformou-se em opção por qualidade de vida, motivo que figura na cabeça da lista de justificativas para uma aproximação maior com o país, seja morando permanente ou esporadicamente.
E se os habitantes ainda olham a consolidação deste cenário com alguma desconfiança – temendo, sobretudo, o aumento da violência, que segue sendo a pior propaganda sobre o Brasil -, o mercado imobiliário dá pulos de alegria. Desde 2016, Miami (EUA) deixou de ser o “amor estrangeiro” da nação, trocado sem cerimónia pela graça de cidades como Lisboa e O Porto, ambas já eleitas pela crítica especializada em turismo como melhores destinos da Europa.
Nas 7 horas e 18 minutos de voo para percorrer os 5.842 quilómetros que separam os dois países, não se fala mais em cansaço, só em pernas para o ar e vida que se pediu a Deus, embora Portugal não seja exatamente o paraíso na terra e também enfrente problemas de ordem social, económica e política. Quem não? A diferença é o grau.
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