O fim da propina para os cursos de ensino de português no estrangeiro é um marco importante no esforço de revitalizar a ligação da diáspora com a língua e a cultura portuguesas.

A medida, apresentada pelo deputado socialista Paulo Pisco, responde à necessidade de tornar mais acessível o aprendizado da língua, especialmente para jovens lusodescendentes, e é vista como um investimento estratégico no fortalecimento da identidade cultural e no papel internacional de Portugal.

Desde a introdução da propina em 2012 pelo Governo PSD-CDS, o ensino do português enfrentou uma redução no número de alunos, especialmente na Europa. Essa queda foi atribuída ao custo financeiro, que afastou muitas famílias da possibilidade de manterem os filhos conectados à língua materna.

A eliminação da taxa visa, portanto, corrigir esse impacto negativo, incentivando o retorno de estudantes aos cursos.

A decisão também se alinha com os interesses da diáspora, cuja dimensão e influência justificam políticas públicas que promovam uma conexão mais estreita com Portugal.

Para a diáspora, a decisão é simbólica e prática. Simbólica porque reconhece a importância das comunidades no exterior como parte integral da nação portuguesa. Prática porque reduz barreiras financeiras, permitindo que mais jovens se apropriem de sua herança linguística e cultural.

A abolição da propina é mais do que uma política educacional; é um gesto de reconexão com as raízes, que pode ter efeitos duradouros na construção de um sentimento de pertença entre as novas gerações de lusodescendentes.

Além disso, reforça o papel da língua portuguesa como um veículo de coesão nacional e projeção internacional, alinhando-se às prioridades culturais e diplomáticas de Portugal.