“Comecem, façam, mexam-se”. Quem assim fala é Manuela Veloso uma das vozes da afirmação de uma certa portugalidade de alta intensidade tecnológica e do conhecimento. Após três décadas a investigar robótica e inteligência artificial no famoso MIT ( Massachussets Institute of Techhnology ) assume agora um novo desafio de enorme exigência e elevada competência aos comandos do departamento de investigação e alta tecnologia de inteligência artificial no banco JP Morgan, no setor financeiro, um dos mais dinâmicos e em acelerada transformação.
Mas do circulo das mentes mais prodigiosas da portugalidade a nível mundial fazem parte também nomes como Virgínia Dignum , conselheira da ONU e cientista de alto gabarito com trabalhos de referência global no âmbito da Responsabilidade e da Explicabilidade em Inteligência Artificial [IA], Diogo Mónica , CEO e fundador da Anchorage, uma plataforma de gestão de criptoativos e ativos digitais com sede nos Estados Unidos, e ainda Pedro Gil Ferreira da Universidade de Oxford, medalha Eddington da Royal Astronomical Society ; ou Pedro Domingos, personalidade de enorme relevo em Máquinas de Aprendizagem ( Machine Learning ) da Universidade de Washington.
Um país que se propõe a realização e promoção de eventos de classe mundial como a Web Summit permite não só o reforço de redes de contacto como o aprofundamento do networking sempre necessário ao desenvolvimento de projetos e programas de empresarialização e empreendedorismo tão necessários ao reforço das condições que fazem das cidades e das regiões centros de negócio e de criatividade com uma atenção especial para a geração e captação de talentos.
Os desafios do mundo atual são igualmente propensos a afirmação de iniciativas como a RedBridge que faz a ponte entre Sao Francisco e Lisboa criando uma comunidade de empreendedores, profissionais e investidores, que se consolida como uma importante plataforma de “criação de valor” entre Portugal e os EUA.
Toda a interação que “promove e fortalece” as redes de contactos e o desenvolvimento de iniciativas que “facilitam” a integração de investidores e recursos internacionais com a comunidade local e o acesso de projetos e empresas portuguesas poderá e deverá beneficiar da experiência e do talento Luso na diáspora nomeadamente em setores emergentes como ‘health tech’, inteligência artificial [IA] e sustentabilidade”, e, desta forma explorando uma nova tendência de cooperação estratégica com “talento” de carreiras estabelecidas internacionalmente e que escolhem ou encontram Portugal “como destino para viver e trabalhar”.
O contributo para a portugalidade dos meios e dos meios para o aprofundamento da portugalidade determinam um alinhamento e sincronismo com os processos de inovação e métodos tecnológicos emergentes em volta dos temas da inteligência artificial, sensorização, comunicação e computação quântica, blockchain e organizações autónomas descentralizadas [DAOs], multiversos e computação espacial, tokenização de ativos do mundo real (RWAs) robótica de produção e assistencial e em geral todas aquelas que acrescentam produtividade com criatividade de expansão humana e social.Os setores de portugalidade intensiva do futuro, ou a lusoesfera da inovação e da tecnologia.
Os projetos de afirmação da lusofonia num quadro de base assente em tecnologias imersivas usando LLMs ( Large Language Models ), são como que os catalizadores de ampliação de uma nova portugalidade, [por Agentes de IA], com estratégia alinhada com os mais avançados meios, humanos e artificiais de criação de atitudes de investigação realizadora através de ações contínuas de tempo real [Entidades Híbridas humano-máquina] para a criação, desenvolvimento e ampliação de Portugalidade e Lusofonia.
As redes e as redes de redes, como na Internet de todas as coisas [sensores, pessoas e inteligência] formam hoje uma portugalidade de largo espetro, são como que um cérebro social de um Portugal ampliado pelas hiperconexões que se estabelecem entre os mais diversos dispositivos tecnológicos e artefactos omnicanal, desde os populares smartphones às redes e canais sociais de mensagens.
As “affordances” geradas pela portugalidade no exterior devem ser procuradas, através da utilização intensiva da inteligência humana e artificial em consonância com uma atitude de permanente busca do bem estar e felicidade independentemente dos espaços ou dos tempos.
Uma espécie de lusoesfera onde a lusofonia e a portugalidade são infraestruturas de pensamento e de tecnologias da espiritualidade Lusitana que autoriza ou ajuda a cumprir o desejo de um Portugal sempre Intensivo e Pessoano em sobreposição magnânima para o emaranhamento e realização intemporal de um verso como : “há mar e mar … há ir e voltar”.
A Humanitude, humanidade com atitude para a expansão de uma portugalidade estratégica e tecnológica, não será um ponto de chegada mas um referencial de partida que permite criar estados de criatividade e inovação, onde não paralisamos pelos excessos de mensagens ou pela abundância das interrupções, conscientes que estamos de um eterno regresso, e de uma ignição pelas forças da lusofonia e das atitudes de quem partindo, sempre fica, faz jus e reafirma na simplicidade da mensagem de Manuela Veloso, e na profundidade de uma lusófona-raíz capaz de nos conduzir de um “As Is” estático para um “To Be” tão dinâmico quanto provocador : “comecem, façam, mexam-se” .
Inovação & Tecnologia por Francisco Pires