José Cesário é o novo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Nomeado pelo Governo de Luís Montenegro, Cesário regressa a uma função que já ocupou nos XV, XIX e constitucionais e XX governos.
O agora Secretário de Estado foi eleito nas eleições de 10 de março pela Aliança Democrática (AD) pela emigração no círculo de Fora da Europa.
Tem experiência no parlamento português, tendo sido deputado desde 1983. Esta é a quarta-vez que vai liderar a Secretaria de Estado das Portuguesas.
É natural de Viseu, tem 65 anos de idade e conta com um currículo extenso na política portuguesa, tendo sido já secretário de Estado da Administração Local no XVI Governo constitucional e atual Coordenador das Comunidades Portuguesas do PSD.
Foi ainda secretário-geral adjunto do PSD de 1988 a 1990, secretário da Mesa da Assembleia da República na VI e VI legislaturas e vice-presidente do grupo parlamentar social-democrata na XI Legislatura.
Sobre a sua eleição como deputado pela emigração pelo círculo de Fora da Europa, Cesário destacou que “foi uma luta muito difícil num círculo eleitoral que prima pela extraordinária dimensão geográfica e humana. Confesso que é uma enorme honra voltar a desempenhar estas funções e poder representar os nossos compatriotas que vivem espalhados por quatro continentes.”
Este responsável sublinhou o resultado dos votos da diáspora portuguesa, considerando ser “chocante” o montante de votos nulos.
“Temos duas realidades diferentes na Europa e Fora da Europa. No círculo por onde fui eleito (Fora da Europa), houve a novidade da eleição de um deputado do Chega e do afastamento de Santos Silva.
Isto vai responsabilizar-nos de uma forma muito evidente, tendo nós a obrigação de fazer coisas diferentes das que têm acontecido e o Deputado do Chega deverá ser protagonista da apresentação de soluções alternativas. Claro que também não posso deixar de salientar o modo como decorreu o escrutínio dos votos, sendo especialmente chocante o extraordinário número de votos nulos, situação que deverá ser olhada com atenção”, frisou.
À nossa reportagem, José Cesário confirmou que, durante a campanha eleitoral, viveu momentos marcantes, como “o meu regresso a Macau, onde já não ia há alguns anos e o contacto com os portugueses descendentes dos judeus sefarditas, pessoas que demonstraram uma extraordinária ligação a Portugal. ”Não posso também deixar de salientar os muitos lusodescendentes com quem tive oportunidade de contactar no Brasil, especialmente em São Paulo.”
Ainda durante a campanha eleitoral, Cesário disse ter tido acesso a informações que vão auxiliar nas suas futuras ações junto das comunidades portuguesas.
“Desde logo confirmei as informações que já tinha recolhido relativamente ao autêntico desastre verificado no âmbito da rede consular. O investimento de dezenas de milhões de euros feito nos últimos anos nesta rede está a traduzir-se num total fracasso.
Por outro lado, foi também muito evidente o Master of Media and Journalism Wardiere University 2010-2013 abandono a que estão votadas as muitas associações portuguesas espalhadas pelo mundo. Tudo isto são aspetos a que daremos prioridade no futuro”, afiançou.
O agora Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas reafirmou que, antes das eleições de março, viveu uma das maiores batalhas políticas” da sua vida.
“Especialmente ao confronto contra o poderosíssimo Santos Silva, presidente da Assembleia da República e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, apoiado numa máquina muito poderosa e, por outro lado, à disputa verificada no Brasil contra a candidatura do Chega, apoiada pela impressionante máquina de propaganda ligada ao partido do ex-presidente Bolsonaro.
Confesso que termos conseguido ganhar estas eleições, neste contexto e com a vantagem que conseguimos, foi um resultado que me deixou muito entusiasmado e muito mais responsabilizado do que até aqui”, mencionou José Cesário, que revelou quais serão os seus próximos passos.