O 6.º Encontro – Rede de Ensino Português no Estrangeiro, organizado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., decorreu no dia 23 de julho de 2021, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, sob o lema “Cultura Portuguesa e Interculturalidade”, com transmissão online. O evento contou com a presença do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e dos Secretários de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, e dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André. Estiveram presentes cerca de 300 docentes, de 120 países.


O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros anunciou na sessão de abertura que a rede do Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) terá mais professores e alunos no próximo ano letivo e contará com a “distribuição maciça” de computadores e conteúdos educativos atualizados aos estudantes e aos docentes.

Para o ano letivo 2021/2022, está previsto “um pequeno aumento no ensino básico e secundário, com 323 horários disponíveis”, número atual, estando previstos 323 horários no ano letivo de 2021/22. São mais de 1.000 escolas em 750 localidades diferentes que serão cobertas por professores afetos ao Camões, I.P., disse Augusto Santos Silva.

O Governo continuará a apoiar a “chamada rede paralela (escolas que beneficiam do apoio do Camões, I.P.) e, no ensino superior, haverá um crescimento do número de cátedras e de centros de língua portuguesa e a consolidação dos leitorados e dos protocolos com instituições do ensino superior”, prosseguiu.

Segundo Augusto Santos Silva, o “grande avanço” que marcará o próximo ano letivo será “uma espécie de atualização sistemática da rede de EPE – básico, secundário e superior -, com tecnologias e equipamentos digitais que passam por um programa de distribuição maciça de pequenos computadores por alunos e pelos professores”, com os respetivos programas educativos, e pela digitalização sistemática do acervo do Camões com interesse cultural ou pedagógico, para ficar disponível a todos em qualquer ponto do mundo, a qualquer hora”.

“Vamos também equipar sistematicamente todos os centros culturais portugueses no estrangeiro e os centros de língua portuguesa, com sistemas de tradução e sistemas informáticos que modernizem esses nossos equipamentos e facilitem o acesso à cultura e aos materiais pedagógicos e educativos”, adiantou o chefe da diplomacia portuguesa.

O objetivo do Governo é, segundo Santos Silva, proporcionar “uma distribuição generalizada, que todos os professores disponham de equipamentos informáticos necessários – não é apenas o equipamento, são os conteúdos educativos, didáticos e pedagógicos” e que junto dos estudantes exista uma distribuição maciça destes materiais: computadores e conteúdos.

Para esta iniciativa, que decorrerá nos dois próximos anos letivos, está prevista uma verba de 23 milhões de euros no Plano de Recuperação e Resiliência (PPR).

Por seu lado, o presidente do Camões, I.P. reconheceu que, “apesar das perspetivas positivas que se apresentam para o próximo ano letivo, mantêm-se os cenários de alguma incerteza e complexidade”.

Cenários que, na opinião de João Ribeiro de Almeida, “vêm reforçar a importância da aposta feita pelo Camões nos processos de digitalização do ensino e aprendizagem, que se prevê aprofundar no curto e médio prazo, criando as condições para uma alteração, a médio prazo, até do próprio paradigma educativo do EPE”.

O 6.º Encontro da rede de Ensino Português no Estrangeiro trouxe à reflexão e partilha as questões ligadas ao processo de ensino e aprendizagem da cultura portuguesa e da interculturalidade, tema do evento. Da parte da tarde, teve lugar a importante apresentação de Boas Práticas realizadas durante 2020/21 pelos alunos e professores das Coordenações de Ensino da Rede EPE, no âmbito do tema do Encontro.

No último ano letivo (2020/2021), a rede EPE tinha uma presença ao nível do ensino superior, em universidades estrangeiras e organismos internacionais, através da colocação de 51 leitores, funcionando 63 leitorados e estando estabelecidos 299 Protocolos de Apoio à Docência e Investigação.