A Suíça é uma República Federal composta por 26 estados, denominados Cantões, e tem na cidade de Berna a sede das suas autoridades federais, não obstante Zurique ser a cidade mais populosa. O país, um dos mais ricos e desenvolvidos do mundo, localiza-se em pleno coração da Europa, o que lhe concede uma localização geoestratégica. A Suíça está no top dos países com maior esperança média de vida, maior índice de desenvolvimento humano e maior PIB per capita.

Com cerca de 8 milhões de habitantes, o país é conhecido pela sua estabilidade política, social, económica e monetária, onde o Franco Suíço, a moeda em vigor, se assume como um baluarte do poderio financeiro do país, também conhecido pela sua neutralidade política e bélica.

A Suíça integra, desde 2008, o Espaço Schengen, pelo que os cidadãos portugueses estão cobertos pelo direito à livre circulação de pessoas e trabalhadores, não necessitando obter um visto prévio para estadias inferiores a três meses. Durante esse período, qualquer cidadão de um país que integre o Espaço Schengen, do qual Portugal faz parte, terá direito às mesmas regalias que os cidadãos suíços, nomeadamente1 no que diz respeito aos cuidados de saúde, emprego, vencimentos, prestações sociais e inscrições escolares.

Se quiser ir para trabalhar para a Suíça por um período superior a seis meses, que documentação necessito?

Caso pretenda mudar-se para a Suíça permanentemente, necessitará então de uma «Autorização de Permanência» emitida pelas autoridades helvéticas. Para obtê-la, terá que apresentar uma proposta de contrato de trabalho ou um certificado de trabalho que seja válido por período indeterminado ou, no mínimo, por doze meses.

Uma vez aceite, essa autorização ficará válida por cinco anos e pode ser uma prolongada por outros cinco. Passados cinco anos após ter solicitado a «Autorização de Permanência», pode também requisitar uma «Autorização de Residência».

A Suíça é um dos países tradicionalmente mais procurados pelos portugueses, pela qualidade de vida que oferece e pelas altas remunerações. Antes de mais, importa sublinhar que os salários elevados deverão ser tidos em conta de acordo com os elevados padrões de vida suíços, pelo que ganhará certamente muito mais do que em Portugal, mas também terá despesas avultadas. Ainda assim, é óbvio que as condições e qualidade de vida são geralmente bastante mais favoráveis que em Portugal, pelo que há uma clara tendência para uma melhoria do nível de vida e é mais provável que se encontrem mais e melhores oportunidades.

Os níveis de desemprego são baixos (o desemprego ronda os 3.2%) mas prepare-se para algumas diferenças culturais. Os suíços começam a trabalhar muito cedo – entre as 7h e as 8h da manhã – e são extremamente pontuais nos seus compromissos laborais. Em média, cumpre-se (no máximo) 45 horas de trabalho semanais e tem-se direito a 20 dias de férias pagas por ano (menos que a média europeia). Saúde, construção civil e a hotelaria, são s áreas de destaque com maior oferta de trabalho para portugueses.

Os impostos na Suíça são cobrados a nível federal, cantonal e local, sendo que cada cantão define as suas próprias tarifas. Os impostos, em geral, tendem a ser proporcionalmente menores que em grande parte da Europa central e escandinava. Cada um dos seus 26 cantões tem, deste modo, diferentes sistemas fiscais.

No que diz respeito às deduções na fonte de um trabalhador, pode contar com os seguintes números:

  • Seguro Velhice e Previdência (AHV), Seguro de Invalidez (IV) e Seguro de Perda de Rendimentos: 5,05 por cento do salário (sem limite máximo);
  • Seguro Desemprego (ALV): um por cento do salário (limite: 126.000/Francos ano);
  • Pensão profissional compensatória: aprox. 7,5 % do salário, dependendo da idade do segurado e do regime de pensões;
  • Seguro de acidentes não-profissionais: entre 0,7 e 3,4 % do salário, dependendo do ramo (limite máximo do salário: 126.000/Francos ano).

Excepção feita ao seguro de acidentes não-profissionais, os empregadores dividem as contribuições supra-referidas, por igual, com os empregados. Nota ainda para o seguro de saúde, obrigatório por lei, que é desvinculado do trabalho, sendo o indivíduo livre para escolher o seu próprio plano. O valor do seguro de saúde varia de acordo com a idade, factores de risco, cidade e cobertura do mesmo.

O elevado custo de vida reflecte-se nos preços dos arrendamentos, pelo que as despesas com a habitação deverão consumir uma grande parte do ordenado. As cidades de Zurique e Genebra são as mais caras do país, mas com uma pesquisa paciente poderá encontrar uma boa opção de alojamento a um preço dentro do limite do razoável.

Importa não esquecer que, na Suíça, a qualidade dos transportes públicos permite que seja possível viver nos subúrbios das grandes cidades e, diariamente, apanhar transporte para o trabalho, aproveitando assim os melhores preços que se praticam nas zonas mais afastadas do centro. Na procura de casa, foque-se nas habitações cuja renda seja inferior ou igual a um terço do salário total mensal do agregado familiar, caso contrário terá certamente muita dificuldade na hora de convencer o senhorio a arrendar o imóvel. Depois, não esquecer que no primeiro mês terá que pagar uma caução referente a uma ou duas rendas, pelo que se aconselha alguma liquidez pessoal antes de se aventurar por terras helvéticas.

A ter em conta na hora de arrendar um imóvel:

No momento de arrendar o imóvel, será feita uma inspecção à casa por parte do arrendatário, que deverá apontar todos os defeitos que o imóvel apresenta (desde o mais pequeno risco à maior mossa), isto porque uma inspecção similar será feita no final, quando abandonar a habitação, e, caso seja encontrado algo danificado que não tenha sido previamente apontado, o valor da caução poderá servir para pagar eventuais danos. As rendas de casas não são deduzidas nos impostos.

E caso pretenda avançar para a compra?

Caso pretenda comprar uma habitação, convém estar consciente que deverá ter pelo menos 20% do valor da compra para que os bancos lhe emprestem o valor remanescente ao total da compra. Anualmente, terá que pagar um imposto que é calculado com base no valor do arrendamento anual do mesmo, mesmo quando o imóvel é utilizado para uso próprio.

A Suíça detém um dos mais consagrados sistemas educacionais do mundo. O ensino é gratuito, sendo sustentado pelo estado que o financia com dinheiros públicos oriundos dos impostos. As escolas particulares, por seu turno, são das mais caras do mundo, mas são, por norma, muito pouco requisitadas. A particularidade linguística da Suíça reflecte-se no sistema escolar, já que as aulas são ministradas em línguas diferentes, de acordo com o Cantão que integram. No entanto, de forma a uniformizar o país, desde muito cedo as crianças aprendem as restantes línguas oficiais do país (excepção feita ao Romanche), para além do inglês.

É ao estado que compete a responsabilidade das directrizes do ensino mas é a nível local que o ensino é organizado, sendo que há regras nacionais, tais como a idade mínima para entrar no sistema educacional e a escolaridade mínima obrigatória, que é de seis anos de idade.

Os suíços têm o ensino pré-escolar como opção, ainda que a maioria das crianças o frequente. Na Suíça, o sistema escolar contempla o ensino infantil (jardim de infância), o ensino fundamental (escola primária e secundária), a Maturitätschule, que é a preparação para a universidade ou cursos profissionalizantes e, por fim, as universidades e os institutos técnicos.