Os Estados Gerais da Lusodescendência em França reúnem-se este fim de semana em Paris para analisar o funcionamento das associações, o ensino de português e um possível regresso a Portugal para as gerações mais jovens.

“A particularidade da edição deste ano é mostrar que Portugal pode ser uma solução a vários níveis, desde preencher as atividades de uma associação aqui em França, até à programação cultural que os professores de português podem fazer no âmbito das suas aulas, daí vamos voltar a falar da cota dos 7%, vamos falar do programa Regressar, algumas estruturas ligadas à cultura, a Comissão do 25 de Abril”, explicou Luciana Gouveia, delegada-geral da Cap Magellan, em declarações à agência Lusa.

A Cap Magellan, maior associação de jovens lusodescendentes em França, está à frente da organização deste evento que já vai na sua quarta edição. Esta volta a ser uma edição presencial, contando com cerca de uma centena de pessoas, que vai decorrer hoje e no domingo na Casa de Portugal, na Cité Internationale Universitaire de Paris.

Entre os presentes estarão os representantes de várias associações oriundos de diferentes pontos de França, assim como representantes das autoridades portuguesas como o secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Correia, o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, assim como a deputada Nathalie Oliveira e o embaixador de Portugal em França, José Augusto Duarte.

Este é um momento também para se fazer uma radiografia à presença das associações em França já que devido à covid-19, muitas tiveram de suspender as suas atividades normais, o que levou a graves problemas de sustentabilidade, o que para muitas pequenas estruturas significou o encerramento permanente.

“Muitas associações deixaram de ser ativas, ou cessaram atividade, portanto está também a servir-nos de barómetro. Há uma dificuldade de mobilização acrescida ou porque perderam membro e a associação perdeu a sua força de atividade ou porque não têm tantas pessoas disponíveis para fazer a deslocação a Paris. Ainda não conseguimos medir os efeitos da crise no meio associativo, mas já temos esta constatação”, declarou Luciana Gouveia.

Dentro da temática do regresso a Portugal por parte de emigrantes e lusodescendentes, a Cap Magellan tem recebido nos últimos meses muitos pedidos de esclarecimento sobre as ajudas do Governo português, nascendo assim uma parceria com o programa Regressar, que será apresentado por Miguel Fontes a todos os participantes.

“Há imensos pedidos de jovens e de menos jovens que se querem instalar em Portugal e a questão do teletrabalho também ajudou, já que há agora essa possibilidade de trabalhar em França e viver em Portugal. Temos tido alguns pedidos e daí esta parceria com o programa Regressar”, concluiu Luciana Gouveia.