Foi publicado, no passado dia 21, o Relatório da Emigração 2019, realizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, pela DGACCP, pelo Instituto Camões e pelo Observatório da Emigração.

O documento contempla as informações mais recentes relativas ao número de cidadãos que saem do país, os países de destino dos emigrantes portugueses, a caracterização socioeconómica, designadamente escolar e académica, e geográfica dos emigrantes portugueses, a identificação e a caracterização das estruturas e das respostas consulares de apoio aos emigrantes em cada um dos países de destino, a identificação e a caracterização das estruturas formais e informais de apoio aos emigrantes em cada um dos países de destino, assim como a situação laboral, social e económica em que se encontram os emigrantes portugueses. +

Os valores provisórios do Observatório da Emigração estimam que em 2019 terão saído do nosso país cerca de 80 mil portugueses, número semelhante ao de 2018 e ligeiramente inferior às 85 mil saídas ocorridas em 2017.

Os indicadores do INE disponibilizados no Relatório, no entanto, assinalam uma ligeira descida da emigração portuguesa, indicando 77.040 saídas em 2019, menos 4.714 do que as 81.754 registadas em 2018 (-5,7%).

Há um outro elemento relevante nos dados do INE: a percentagem de nacionais que deixaram Portugal com carácter permanente (superior a um ano) continua a diminuir. Em 2019, do total de portugueses que saíram do país, apenas 37% o fizeram com carácter permanente, sendo, pela primeira vez desde 2011, menos de 30 mil pessoas. A título comparativo, em 2013 a percentagem de saídas permanentes foi de 42%, correspondendo a mais de 53 mil dos 128 mil nacionais que deixaram Portugal nesse ano.

O número de portugueses que residem fora do país é um número expressivo, que resulta de várias vagas migratórias, diferentes entre si no tempo, nas razões que levaram à partida, nas geografias de destino e até no perfil económico, social e das qualificações dos nossos emigrantes.

De resto, as vagas mais recentes de emigração portuguesa apresentam um nível de formação mais elevado, em linha com o aumento do nível educacional que se registou em Portugal.

A dimensão e a heterogeneidade das nossas Comunidades é também um dos principais ativos do nosso país.

A importância das Comunidades Portuguesas no estrangeiro é visível em todos os domínios: na afirmação da língua portuguesa como língua de comunicação internacional; na sua relevância económica, visível, por exemplo, no facto das remessas de emigrantes representarem 1,7% do PIB; ou até na afirmação que os nossos nacionais conseguem nos países de acolhimento, como atestam as centenas de portugueses e lusodescendentes eleitos ou nomeados para cargos públicos no estrangeiro em 2019.

Relatório integral disponível aqui.