O presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), “mesmo com o voto exclusivamente presencial, pandemia, deslocações limitadíssimas e reduzidas mesas de voto”, elogiou no sábado a participação dos emigrantes portugueses nas eleições presidenciais de domingo, tendo saudado “o repto pelo voto postal” do chefe de Estado eleito.

Numa publicação na rede social Facebook, Flávio Alves Martins saudou a “desmaterialização dos cadernos eleitorais e o registo informático”, que “facilitaram a votação” e aumentaram o universo eleitoral das comunidades portuguesas.

O presidente do CCP destacou a elevada participação dos portugueses no estrangeiro, “mesmo com o voto exclusivamente presencial, pandemia, deslocações limitadíssimas e reduzidas mesas de voto”.

“Portanto, há que se comemorar e melhorar as condições para que esse número seja geometricamente ampliado nas próximas eleições, o que foi destacado pelo Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa], inequívoca e retumbantemente (re)eleito, ao lançar o repto pelo voto postal nas Comunidades para as próximas Presidenciais, durante seu discurso da vitória”, sublinhou o presidente do CCP.

Flávio Alves Martins assinalou que o CCP tem proposto a pluralidade das modalidades de voto – como nos formatos presencial, postal e eletrónico – para todos os atos eleitorais, assim como “o desdobramento das assembleias de voto”, permitindo a utilização de consulados honorários ou de associações registadas para as permanências consulares, bem como a “ampla e prévia divulgação dos atos eleitorais e seus procedimentos em linguagem clara”.

O presidente do CCP apontou que em 25 de novembro foi enviada uma “carta assinada pela totalidade dos conselheiros” ao Governo, à Comissão Nacional de Eleições, aos partidos políticos com representação parlamentar e à Presidência da República com estas propostas, mas que ainda que de forma atempada, “pouco resultou”.

Nesse sentido, Flávio Alves Martins apelou para que não se coloque a culpa da abstenção nas comunidades.

“Só não apontem o dedo que as comunidades não querem votar; a responsabilidade do absenteísmo elevado é de todos”, acrescentou.

As eleições presidenciais de 24 de janeiro tiveram cerca de 170 mesas de voto em 150 serviços consulares no estrangeiro, um aumento de perto de 30% relativamente ao número de mesas de voto constituídas em 2016 (121), mas ainda assim insuficiente para o CCP.

Segundo dados do Ministério da Administração Interna, há até agora registo de 29.114 votos no estrangeiro, não havendo ainda resultados de um consulado.

Marcelo Rebelo de Sousa, com o apoio do PSD e CDS, foi reeleito Presidente da República nas eleições de domingo, com 60,70% dos votos, segundo os resultados provisórios apurados em todas as 3.092 freguesias e quando faltava apurar três consulados.

A socialista Ana Gomes (apoiada pelo PAN e Livre) foi a segunda candidata mais votada, com 12,97%, seguindo-se André Ventura (Chega) com 11,90%, João Ferreira (PCP e Verdes) com 4,32%, Marisa Matias (Bloco de Esquerda) com 3,95%, Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal) com 3,22% e Vitorino Silva (Reagir, Incluir e Reciclar – RIR) com 2,94%.

A abstenção foi de 60,5%, a percentagem mais elevada de sempre em eleições para o Presidente da República.

Fonte: NOTÍCIASAOMINUTO.COM