A Associação Para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) propôs várias medidas de incentivo à maior integração da diáspora em Portugal. No V congresso organizado pela SEDES, uma das propostas mais relevantes foi o aumento de deputados eleitos pelas comunidades.

No decorrer do V congresso da SEDES, foram apresentadas várias propostas com o objetivo de desenvolver o país economia e socialmente nos próximos dez anos. À agência Lusa, a relatadora do grupo de trabalho dedicado à emigração, Christine de Oliveira referiu que é importante inserir as comunidades nestes planos de desenvolvimento

No documento onde a SEDES apresentou as propostas pode ler-se que as comunidades portuguesas no estrangeiro são “um potencial de inegável importância que não pode, nem deve, continuar a ser desaproveitado e até ignorado por Portugal”.

Christine Oliveira apontou para “uma abstenção muito elevada (…) da ordem dos 80% a 90%” no que diz respeito à participação política dos portugueses emigrados, dizendo que uma das razões para que isto aconteça é o facto de “os resultados eleitorais dos portugueses a residirem no estrangeiro só serem contabilizados muitas vezes depois de o próprio Governo ter tomado posse, o que desvaloriza completamente essa participação”.

Outra razão que serviu para explicar essas percentagens foi a representatividade das comunidades na Assembleia da República, que a SEDES considerou baixa face ao tamanho da diáspora (AQUI, SE DER, PODE-SE LINKAR AO OUTRO ARTIGO), defendendo, por isso, o aumento do número de deputados eleitos pelos emigrantes portugueses.

Assim, outro relator do grupo de trabalho dedicado à emigração, Fernando Corvelo, defendeu que se deve disponibilizar o voto eletrónico, para que todos tenham a mesma oportunidade de votar. Neste sentido a SEDES propôs-se a avaliar e melhorar as técnicas usadas até então para que os portugueses residentes no estrangeiro façam chegar o seu voto aos lugares respetivos.

Dentro das propostas pôde falar-se também da descentralização dos consulados, reforçando os serviços quer a nível de recursos humanos quer a nível de meios técnicos; da criação elos de ligação e parcerias entre portugueses no estrangeiro; e a criação de condições para que os membros da diáspora possam facilmente investir no país de origem.  

O V congresso SEDES esteve este fim de semana em carcavelos para abordar vários temas, de entre os quais as comunidades portuguesas e a diáspora, bem como as problemáticas a estes inerentes.