O embaixador de Portugal em Caracas, Carlos de Sousa Amaro, destacou, na noite de sábado, a antiguidade e a força dos vínculos que unem Portugal e a Venezuela, país onde vivem oficialmente mais de 600 mil portugueses.


“Os vínculos que unem Portugal e a Venezuela são antigos e fortes. A numerosa comunidade lusa que reside neste país é prova disso”, disse o diplomata durante a estreia virtual da peça de teatro “Pedro e Inês”, escrita e dirigida pela venezuelana Elizabeth Yrausquín de Postalian e inspirada no amor proibido entre o rei português D. Pedro e Inês de Castro. A iniciativa decorreu no âmbito das celebrações locais da “Semana de Portugal”.

“Aos nossos amigos venezuelanos, convidamos a juntarem-se a esta comemoração que celebra Portugal, os portugueses e a cultura portuguesa”, disse Carlos de Sousa Amaro.

“Nestes tempos difíceis, ofereço-lhes uma mensagem de amizade e esperança, com a certeza de que, mais cedo que tarde, tempos melhores virão”, sublinhou.

Por outro lado, recordou que este domingo, “ainda que de maneira virtual” vai ser exibido “um concerto musical para celebrar o centenário do nascimento de Amália Rodrigues, a rainha do fado” e que estão marcados eventos, “com a finalidade de divulgar, na Venezuela, um pouco da cultura portuguesa”.

O diplomata iniciou o discurso explicando que é a 4.ª vez que, como embaixador, tem a honra de fazer novamente “homenagem aos grandes promotores de Portugal e da cultura, isto é, os portugueses espalhados pelo mundo e, neste caso, a vigorosa Comunidade Portuguesa residente na Venezuela”.

“[Portugal] tem quase 900 anos de história, uma cultura única e singular que fez de Luís Vaz de Camões, o príncipe dos poetas, o nosso herói nacional e um rico passado onde, como povo de navegantes e exploradores, demos novos mundos ao mundo, nunca renunciando a um desafio, por muito grande que este se afigurasse”.

“As nossas Comunidades espalhadas pelo mundo são disso um exemplo”, frisou.

Para Carlos de Sousa Amaro, “cobra especial sentido pátrio” dirigir uma palavras à comunidade lusa “numa Venezuela que, mesmo atravessando um momento difícil, não deixa de ser a segunda ou mesmo a primeira casa de muitos cidadãos portugueses”.

O diplomata sublinhou que “mesmo no momento difícil”, localmente, “os portugueses não deixaram de amar a pátria de Bolívar (Simón, o Libertador da Venezuela), do mesmo modo que, no passado e em alturas mais complicadas, não renegaram amor a Portugal”.

Explicou que, “contudo, em 2021 continuamos a fazer face a uma terrível doença”, a covid-19, fazendo finca-pé que tem a certeza de que já se está perto de superar este desafio, e que uma vez mais, em Portugal e na diáspora, este obstáculo será vencido.

“Porém, este é o segundo ano em que um vírus (coronavírus) que não conhece país, idade, género ou condição social condiciona aquele forte abraço que todos gostamos de oferecer”, disse, lamentando que celebrações da Semana de Portugal estejam condicionadas.

“Peço a todos paciência e resiliência, pois o fim desta contenção da nossa alegria portuguesa chegará”, disse.