“10 dias de muita conversa, debates, diálogos e conhecimentos”. Um evento que reuniu personalidades da cultura, literatura e educação de países de língua oficial portuguesa.

A primeira edição do Ciclo “Cidadania da Língua” organizado pela Associação Portugal Brasil (APBRA) realizou-se entre os dias 23 de junho e 2 de julho na cidade de Coimbra, integrado na Feira do Livro da cidade dos estudantes, e teve como objetivo promover a reflexão sobre temas relevantes para a cidadania e a língua portuguesa, bem como fortalecer a cooperação e o diálogo entre esses países.

Contou com a presença no primeiro painel de Samantha Buglione, Rafael Nascimento, Alberto Santos e José-Manuel, onde se promoveu um debate sobre como a língua é um elemento da nossa cultura que nos marca e os desafios de compreender que a universalidade é rica em diversidade e é necessário buscar pontos em comum sendo a língua portuguesa o nosso principal ponto em comum.

No segundo painel, a conversa teve como mote a cultura ao serviço das comunidades sob várias perspetivas, com o denominador comum da língua portuguesa e também formatos de gestão e programação, apoios e ligações aos territórios. Sendo que, a mesa contou com o contributo de Andrea Nogueira, Margarida Reis, Carlos Moura e Maria Carlos Pêgo.

No segundo dia de ciclo, sob o mote “Lugar de Fala”, Carlos Moura iniciou a conversa com a questão “algumas pessoas são mais ouvidas do que outras? porquê?”, abrindo assim o diálogo para Djamila Ribeiro, que destacou a importância de além de falar também se colocar no lugar do outro para escutar.

O terceiro dia desenrolou-se sob o mote “Trânsitos, arte e literatura”, e contou com a presença de Jamil Chade, Andrea Nogueira, Samantha Buglione e Ricardo Barberena, que falaram a partir das mais diversificadas perspetivas sobre cultura, arte e a necessidade de ampliar ferramentas de interlocução e trânsito. Para além disto, o debate trouxe ainda uma análise sobre arte como algo que traz consciência de como o olhar é fragmentado, e de que é necessário outros olhares para complementar as perceções.

No quarto dia, o Ciclo Cidadania da Língua recebeu novamente a filósofa, escritora, ativista e académica brasileira, Djamila Ribeiro, para uma conversa com a escritora luso-angolana Yara Nakahanda Monteiro acerca de “As muitas línguas portuguesas”. Uma conversa que se tornou importante para entender como a linguagem é uma ponte e uma conexão que liga todos os países que falam português.

O ciclo promoveu no quinto dia, uma conversa sobre “Os desafios da nova cidadania” onde se abordou a importância da conexão entre as pessoas de diferentes lugares respeitando as suas particularidades, os desafios de incorporar as diferentes formas de falar português e também uma preocupação em dar condições para que as pessoas se desenvolvam em algo que elas se queiram tornar.

O Ciclo Cidadania da Língua foi palco, no penúltimo dia, de mais uma conversa inspiradora, sob o mote “Há um mercado de edição para a língua portuguesa?”, que contou com a presença de Jamil Chade, Rafael Gallo e Maria José Amorim. No mesmo dia o ciclo ainda promoveu um debate acerca do acesso à educação, como a língua pode ser um elemento catalisador de melhorias. E o dia terminou com um “Sarau no Jardim”, com o duo Livia e Fred, Raul Sliter, Estrela Leminski e Téo Ruiz. No último dia realizou-se um debate com o tema “Ainda há mesno uma história para contar?”, que reuniu o escritor e historiador Laurentino Gomes e o presidente da APBRA, José Manuel Diogo.

O evento termina com a novidade da inauguração da Casa da Cidadania marcada para outubro deste ano, com o intuito de “celebrar aquilo que nos une e nos transforma, o poder da língua”.

Fontes: Associação Portugal Brasil